quinta-feira, 6 de maio de 2010

Curiosidades da Nossa Cultura Afro-Brasileira


De tão bem vestidas, as negras da irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte arrancaram aplausos entusiasmados de milhares de pessoas no desfile do 4º centenário de Salvador, em 1949. Impressionado com os torços, saias rendadas, cordões e brincos de ouro, Odorico Tavares classificou a passagem desse grupo de “pretas baianas, de idade avançada, caminhando serena e nobremente, como se fossem autênticas rainhas” como o maior momento do cortejo.

Roupa é assunto tão sério que o termo “mulher de saia”, na década de 30, designava um grupo de baixo poder aquisitivo, que se opunha às mulheres de vestido. Talvez como vingança às más línguas que apontavam com desdém e pena as mulheres que precisavam trabalhar, aquelas que se destacavam no ramo respondiam com luxo às críticas.

Comerciantes de sucesso, desbravaram mercados, cozinharam, lavaram, costuraram e muitas juntaram dinheiro suficiente para comprar boas roupas e jóias de ouro reluzente. Surgiam, assim, as famosas negras do partido-alto.

A roupa usada por elas nos dias de festa, o traje de crioula, deu origem ao vestuário da baiana de acarajé.

Da rua e das irmandades para o interior dos terreiros, o cuidado com a forma de se vestir é o mesmo.

No candomblé, a divindade traz a energia fundamental, o axé, através do corpo do iniciado. Para recebê-lo, há trajes com cores e peças específicas, além de acessórios como ferramentas e fios de contas. Juntos, eles narram a história de cada entidade.

Ajudam a contar, através dos movimentos da dança, os atos heróicos e exemplares do orixá.

Roupas usadas pelas vendedoras de comidas típicas africana e baiana em Salvador - Bahia



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